A estética do plástico nos coloca reflexões acerca da superficialidade do consumismo cotidiano. As embalagens estão por todos os lados. Até na personalidade das pessoas, que trocam suas personas diariamente. As personas são embalagens e as embalagens, assim como as personas, sempre escondem alguma coisa. As de plástico estão escondendo a saúde ambiental poluindo através de seu acúmulo e contato. Os plásticos difundiram-se como uma praga que saiu de controle. Entramos no automático. Não nos perguntamos sobre o porquê de se usar o plástico em detrimento de outros materiais. De certa forma este comportamento passou a fazer parte da vida das pessoas, que ficaram descartáveis como as embalagens. Fala-se em reciclagem, mas ela só vai resolver se a diminuição e a substituição destes materiais ocorrer. Não é fácil sair deste ciclo plastificado. Mas é possível.Neste sentido, pretendemos através de uma instalação e performance artística criar o constrangimento do público frente ao descarte cotidiano que produz. Pretendemos também, gerar inquietação urbana ao “retornar” à sociedade em forma de um “trambolho” urbano aquilo que ela passa todo o tempo tentando livrar-se, o lixo.Da mesma forma que contêineres de lixo doméstico inglês que vieram parar em portos brasileiros recentemente causaram constrangimento e inquietação chamando a atenção da mídia para a posição de nosso país neste caso como a “lixeira do mundo”, desejamos suscitar essas emoções e reflexões através do nosso Iceberg.Do ponto de vista sutil e simbólico queremos também questionar os fardos “necessários” que carregamos cotidianamente.O envolvimento de cada um dos artistas deste coletivo nesta idéia está presente desde a concepção até a execução da obra.
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